O automobilismo foi seriamente ferido em 1955, quando aconteceu o acidente mais terrível da história automobilística até aquele momento. O Grande Prêmio de Le Mans foi realizado em 11 de junho daquele ano, e após uma colisão envolvendo carros esportivos, uma grande explosão foi provocada em uma área destinada a espectadores. O desastre atingiu a torcida e feriu ou matou quase 200 pessoas, incluindo muitos espectadores e mecânicos de equipe.

O acidente ocorreu quando o carro de Pierre Levegh, que disputava a liderança na corrida, colidiu com outro carro, voou pelos ares e espatifou-se contra uma barreira, explodindo em chamas. O fogo se espalhou rapidamente na área do paddock próxima, onde o público assistia à corrida, criando um inferno ardente. O pânico tomou conta do público, que fugia em meio a fumaça e fogo.

A causa do acidente foi atribuída a uma combinação de fatores, como a falta de uma muralha de segurança adequada para proteger o público, a velocidade excessiva dos carros e a morte de Pierre Levegh, que foi arremessado para a multidão com o impacto. A tragédia de Le Mans, que acabou se tornando o pior desastre registrado em uma corrida de automóveis, chocou o mundo e as autoridades de automobilismo em todo o mundo.

Os efeitos do acidente foram imediatos. A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) proibiu as corridas de carros esportivos por quatro anos, a categoria de corridas foi reestruturada e medidas de segurança muito mais rigorosas foram introduzidas em todas as corridas de carros do mundo.

As mudanças na estrutura das corridas e a introdução de novas medidas de segurança inspiraram muitos avanços técnicos no automobilismo que se tornaram fundamentais na evolução das corridas de carros. No entanto, ainda há muito a ser feito em termos de segurança automobilística, com dezenas de acidentes fatais ocorrendo em corridas a cada ano em todo o mundo.

O acidente de Le Mans em 1955 foi um episódio sombrio do automobilismo, mas também foi fundamental na evolução do esporte. O legado da tragédia ainda é sentido até hoje, e muitas vezes funciona como um lembrete das profundas mudanças que foram introduzidas no esporte para garantir que algo tão terrível nunca mais aconteça.